O Ronaldo foi suspenso pelo STJD por puxar o cabelo de um adversário. Isso só acontece no Brasil? E se houvesse na Turquia? Isso só adianta para os caras (advogados e promotores) aparecerem. O futebol fica bobo. Tem de haver um pouco de paixão. Um puxãozinho de cabelo não faz diferença. Perde a graça e é injusto porque tem de se punir quem agride o adversário, e não ficar com essa estupidez. Os jogadores também têm culpa porque nunca se rebelam.
Quem gosta mais de futebol? O povo turco ou os brasileiros? Os turcos são diferentes. Eles têm sangue quente até para seguir seu time do coração. Chega a comover. Talvez, sejam mais seguidores dos clubes, mas é difícil serem apaixonados como os sul-americanos.
Os dirigentes turcos são passionais? Chegam a confundir o lado torcedor e o profissional? Isso impede que o Fenerbahçe e o futebol turco, com tanta paixão e capacidade econômica, decolem. Os dirigentes agem mais com o coração, fazem muita coisa errada. Já vi entrarem no vestiário para brigar com técnico, xingar jogador; presidente escalar o time, dizer o que tem de ser feito em campo. Isso torna o clima pesado e desgasta, traz problemas, discussões. É o ponto negativo de se jogar aqui.
É verdade que os salários dos jogadores estavam atrasados? Quando o time está mal, atrasam o salário. O problema é acreditarem que, nos punindo dessa forma, o time vai melhorar. Falei aos companheiros que estava errado, não podia acontecer, até entender que não posso trocar uma cultura. Temos de trabalhar sem confrontá-los, mas sem concordar com isso.
Os turcos são apaixonados. E as turcas? No Brasil, você tinha vasto fã-clube feminino. E na Turquia? Olha, em três anos, não aprendi a falar uma palavra em turco. Isso me mantem afastado dessas loucuras, mas pelo que falam os companheiros e minha mulher, que mexe muito na internet, tenho muitas seguidoras. O povo é mais reservado, mas há boa aceitação das mulheres.
Dentro de campo, você é chato, pega no pescoço do adversário, faz de tudo para ganhar. Fora, dizem ser é um amigo leal, dos melhores. Essa transformação é natural? Aprendi a ser amigo, é da minha raiz, da minha cidade, da minha família. Dentro de campo, nunca machuquei, nem fui com a perna alta para quebrar ninguém. Do outro lado, há um pai de família, que tem os mesmos sonhos que eu. Nunca fiz, nunca faria e não aceito que façam. Discutir, querer ganhar, faz parte do futebol. Após o último clássico, contra o Galatasaray, me envolvi numa briga generalizada e me chamaram até de assassino. Então, desafiei jornalistas a perguntarem a cada um dos jogadores, funcionários e dirigentes que trabalharam comigo durante três anos. E, se um deles falasse algo de ruim sobre mim, eu mudaria meu jeito. Já se passou mais de um mês e ninguém falou nada, acho que não ouviram nenhuma crítica.
Que atitudes mais te irritam dentro e fora de campo? Em campo, detesto jogador que levanta o braço para reclamar de algum companheiro, joga o amigo contra a torcida. Fico puto e já discuti muito por isso. Não admito que façam. E fora, tudo é aceitável desde que a pessoa tenha caráter, seja honesta. Mas não suporto ingratidão, nem cara dedo-duro.
Quem gosta mais de futebol? O povo turco ou os brasileiros? Os turcos são diferentes. Eles têm sangue quente até para seguir seu time do coração. Chega a comover. Talvez, sejam mais seguidores dos clubes, mas é difícil serem apaixonados como os sul-americanos.
Os dirigentes turcos são passionais? Chegam a confundir o lado torcedor e o profissional? Isso impede que o Fenerbahçe e o futebol turco, com tanta paixão e capacidade econômica, decolem. Os dirigentes agem mais com o coração, fazem muita coisa errada. Já vi entrarem no vestiário para brigar com técnico, xingar jogador; presidente escalar o time, dizer o que tem de ser feito em campo. Isso torna o clima pesado e desgasta, traz problemas, discussões. É o ponto negativo de se jogar aqui.
É verdade que os salários dos jogadores estavam atrasados? Quando o time está mal, atrasam o salário. O problema é acreditarem que, nos punindo dessa forma, o time vai melhorar. Falei aos companheiros que estava errado, não podia acontecer, até entender que não posso trocar uma cultura. Temos de trabalhar sem confrontá-los, mas sem concordar com isso.
Os turcos são apaixonados. E as turcas? No Brasil, você tinha vasto fã-clube feminino. E na Turquia? Olha, em três anos, não aprendi a falar uma palavra em turco. Isso me mantem afastado dessas loucuras, mas pelo que falam os companheiros e minha mulher, que mexe muito na internet, tenho muitas seguidoras. O povo é mais reservado, mas há boa aceitação das mulheres.
Dentro de campo, você é chato, pega no pescoço do adversário, faz de tudo para ganhar. Fora, dizem ser é um amigo leal, dos melhores. Essa transformação é natural? Aprendi a ser amigo, é da minha raiz, da minha cidade, da minha família. Dentro de campo, nunca machuquei, nem fui com a perna alta para quebrar ninguém. Do outro lado, há um pai de família, que tem os mesmos sonhos que eu. Nunca fiz, nunca faria e não aceito que façam. Discutir, querer ganhar, faz parte do futebol. Após o último clássico, contra o Galatasaray, me envolvi numa briga generalizada e me chamaram até de assassino. Então, desafiei jornalistas a perguntarem a cada um dos jogadores, funcionários e dirigentes que trabalharam comigo durante três anos. E, se um deles falasse algo de ruim sobre mim, eu mudaria meu jeito. Já se passou mais de um mês e ninguém falou nada, acho que não ouviram nenhuma crítica.
Que atitudes mais te irritam dentro e fora de campo? Em campo, detesto jogador que levanta o braço para reclamar de algum companheiro, joga o amigo contra a torcida. Fico puto e já discuti muito por isso. Não admito que façam. E fora, tudo é aceitável desde que a pessoa tenha caráter, seja honesta. Mas não suporto ingratidão, nem cara dedo-duro.
FONTE: O GLOBO